Abelhas e seu papel na sustentabilidade

As abelhas são insetos de extrema importância para a sobrevivência da vida no Planeta, pois realizam um dos serviços ambientais fundamentais para a manutenção do meio ambiente: a polinização!

Além da importância para o meio ambiente, as abelhas também auxiliam o ser humano a ter frutos e sementes de qualidade, pois a polinização é fundamental para a produção de mais da metade dos alimentos cultivados no Planeta!

Atualmente a ciência já reconheceu mais de 20 mil espécies de abelhas em todo o Planeta! Abaixo traremos um breve resumo de algumas espécies importantes para a polinização agrícola!

Uma das abelhas mais conhecidas, temos a espécie Apis mellifera, conhecida como abelha africanizada, meleira, com ferrão ou europa. 

Abelha-europeia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Figura 1. Apis mellifera

Apesar de ser encontrada em todo o Brasil, essa é uma espécie exótica, ou seja, ela não existia em nosso continente até ser introduzida inicialmente pelos jesuítas no século XIX principalmente para produção de cera e velas. No entanto, essas linhagens européias, apesar de serem mais dóceis, apresentavam baixa produtividade de mel. Esse foi o motivo que levou o Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr (in memoriam) à África na década de 1950 para seleção e coleta de rainhas de uma raça africana (Apis mellifera scutelata) que apresentasse maior produtividade e resistência a doenças. Acidentalmente na região de Rio Claro/SP as rainhas dessas colônias escaparam e se acasalaram com os zangões das linhagens européias que aqui estavam, dando origem à uma linhagem híbrida, apelidada carinhosamente pelo Prof. Dr. Lionel S. Gonçalves de abelha africanizada. Essa linhagem é mais defensiva, resistente às doenças e apresentava maior produtividade de mel.

Essa abelha possui comprimento entre 12-13 mm, com pêlos de coloração escura no tórax e listras amarelas no abdômen. É uma abelha generalista, ou seja, que visita as flores de uma elevada quantidade de espécies de plantas, com alta eficiência de polinização. Suas colmeias possuem em torno de 60 a 80 mil indivíduos, com uma rainha, diversos zangões e milhares de operárias.

Conhecidas pela grande produção de mel, uma colmeia produz, em média, 20 kg de mel, contudo, caixas manejadas corretamente podem produzir até mais de 50 kg de mel por ano.

Existem também as abelhas nativas, que possuem ferrão atrofiado e são de fácil manejo, que também são conhecidas como Abelhas Sem Ferrão. Existem aproximadamente 250 espécies de abelhas sem ferrão.

Sua produção pode ser integrada com plantio de florestas, plantas frutíferas, de ciclo curto ou plantas que apresentam produção agrícola, também para produção de mel, própolis e pólen. Como a A. mellifera, as abelhas sem ferrão se beneficiam das flores de forma mútua, coletando alimento e realizando a polinização, resultando em uma produção de frutos com maior variabilidade genética.

Popularmente conhecida como Mandaguari, a Scaptotrigona postica, possui abdômen preto, com listras claras e asas amarronzadas. Sua colônia possui de 20 a 50 mil abelhas, comprimento de 6 mm, boas produtoras de mel e própolis e possui alta frequência de visitação de flores. São encontradas nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Tocantins.

Abelhas Mandaguari Preta - Scaptotrigona Postica - Entrada

Figura 2. Mandaguari Preta – Scaptotrigona postica

A espécie Scapototrigona bipunctata, popularmente conhecida como Tubuna, possui coloração escura brilhante, diferente da grande maioria das abelhas sem ferrão, a Tubuna constrói o cano e não fecha durante o período noturno. As abelhas costumam trabalhar no período da manhã, que são as horas com temperaturas mais amenas.

Possui de 6 a 7 mm, com uma população que varia de 2 a 50 mil abelhas por caixa. Encontradas nos estados do Acre, Pará, Maranhão, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Abelhas sem ferrão - Tubuna (Scaptotrigona bipunctata)

Figura 3. Tubuna – Scaptotrigona bipunctata

Conhecidas como abelha Canudo, Scaptotrigona depilis, nome dado por conta da forma que fazem a sua saída. São abelhas de coloração preta, com asas marrom. Diferente de outras espécies, as operárias possuem seu ovário desenvolvido, o que pode fazer postura, que irá produzir zangão, que possuem função de desidratar o néctar e aquecer o enxame.

População gira em torno de 2 mil a 50 mil abelhas por colmeia, com uma produção de até 3 litros de mel por ano. Mais comumente encontrada nos estados do: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Abelhas Canudo - Scaptotrigona Depilis - Entrada

Figura 4. Canudo – Scaptotrigona Depilis

A Irái, Nannotrigona testaceicornis, caracteriza-se como tímida e de fácil manejo, possui um tubo de entrada, que fecha ao anoitecer e abre no período da manhã. Possui aproximadamente 4mm de comprimento, de cor preta, pelos acinzentados e pontas das asas esfumaçadas. Produzem mel de boa qualidade, contudo, em baixa quantidade.

Sua população é baixa, com média de 2.500 abelhas por colônia e são encontradas principalmente nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

Abelhas sem ferrão - Iraí (Nannotrigona testaceicornes)

Figura 5. Iraí – Nannotrigona testaceicornis

A Jataí, Tetragonisca angustula, muito conhecida entre as abelhas sem ferrão, é rústica e com capacidade de se adaptar a diferentes ambientes, sendo encontrada por todo o Brasil. Possui coloração amarelada e com facilidade de manejo. As operárias possuem em média 5 mm de comprimento, com uma população de 5.000 indivíduos por colônia, aproximadamente. Em seu habitat natural, é uma abelha que visita uma alta diversidade de espécies de plantas, com uma ótima ação de polinização.

Abelhas sem ferrão - Jataí (Tetragonisca angustula)

Figura 7. Jataí – Tetragonisca angustula

Literatura científica recomendada

DE JONG, D. et al. (2006) HoneyBee. In: Imperatriz- Fonseca, V. L. et al. (Eds.) Bees as pollinators in Brazil: assessing the status and suggesting best practices. Ribeirão Preto: Holos, p.63-73

FAO (2004) Conservation and management of pollinators for sustainable agriculture. The international response. In: Freitas, B.M.; Pereira, J.O.P. (eds.) Solitary bees: conservation, rearing and management for pollination. Imprensa Universitária. Fortaleza, Brasil. p. 19- 25

KEVAN, P.G.; IMPERATRIZ-FONSECA, V.L. Pollinating bees: the conservation link between agriculture and nature. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. 2002. 313p.

MICHENER, C.D. (2007). The bees of the world. Johns Hopkins University Press. Baltimore.

NOGUEIRA-NETO, P. (1997) Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão. São Paulo: Nogueirapis, 445p.

ROUBIK, D.W. (2006) Stingless bee nesting biology. Apidologie, 37:124-143

SILVEIRA, F. A.; MELO, G. A. R.; ALMEIDA, E. A. B. (2002) Abelhas brasileiras: sistemática e identificação. Belo Horizonte, 253 p.

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